A perturbação afectiva sazonal (PAS) é um subtipo de perturbação do humor que tem um início sazonal, podendo corresponder quer a uma perturbação depressiva quer a uma perturbação bipolar. Os sintomas começam e remitem espontaneamente, em alturas específicas do ano. Foram descritos dois subtipos de PAS, um que começa no Outono-Inverno e outro que começa na Primavera-Verão. O primeiro é o mais prevalente e caracteriza-se por sintomas depressivos atípicos, como sejam o aumento do apetite e do sono (hipersónia), sintomas esses que remitem durante a Primavera ou o Verão. O outro subtipo, que começa na Primavera/Verão é menos comum e caracteriza-se por insónia e perda de apetite. Os sintomas da doença podem estar presentes até 40% do ano. A prevalência da PAS varia de acordo com as populações consideradas, mas situa-se entre os 1 e os 10%, sendo mais comum nas mulheres do que nos homens (numa proporção de 4:1) e sendo os jovens adultos mais frequentemente atingidos. Cerca de 10 a 20% dos doentes recorrentemente deprimidos têm um padrão de sazonalidade, todavia a perturbação bipolar associa-se mais frequentemente a um padrão de sazonalidade, do que a perturbação depressiva. Estudos aleatórios controlados demonstraram que a fototerapia é o tratamento de eleição da PAS, com a maioria dos pacientes a registar melhorias, uma a duas semanas após o início do tratamento. Os fármacos e a terapia cognitivo comportamental demonstraram igualmente ser eficazes no tratamento da PAS. Como os três têm eficácias semelhantes, a opção de tratamento deve ser guiada pela preferência individual do paciente.