(P) O que é a agorafobia?
(R) A agorafobia é uma perturbação mental caracterizada pelo receio de estar em espaços amplos, dos quais não é fácil escapar de forma rápida ou obter pronto auxílio. O termo refere-se também ao desconforto sentido em consequência do afastamento ou da permanência fora de casa, sendo esta sentida como reduto de segurança. Apesar de se tratar de uma doença comum, pode tornar-se muito incapacitante a nível social, académico ou laboral, sobretudo quando tem uma evolução crónica.
(P) Em que idade surge a agorafobia?
(R) A agorafobia surge habitualmente em idades jovens: a maior parte das vezes nas terceira e quarta décadas de vida (entre os 20 e os 40 anos).
(P) A agorafobia e a perturbação de pânico são a mesma coisa?
(R) Não, mas os ataques de pânico podem coexistir com a agorafobia. Ambas são perturbações de ansiedade e, no caso de estarem associadas, é maior a incapacidade decorrente da doença e o prognóstico piora.
(P) Não tenho vontade de sair de casa nem de estar com amigos; tenho agorafobia?
(R) Não, mas o isolamento descrito pode ser sintoma de depressão. Se a agorafobia se associar a sintomas depressivos, pode ter maiores repercussões na funcionalidade do indivíduo.
(P) Evito ir a espaços com muita gente, como hipermercados ou estádios e não vou a concertos nem a manifestações ou outras aglomerações, sobretudo se tiver de ir sozinho(a). Sofro de agorafobia?
(R) É provável que sim.
(P) Há anos que não atravesso a Ponte 25 de Abril de carro e evito conduzir em autoestradas (acontece-me desde que tive um ataque de pânico, ao atravessar a ponte). Isto também é uma manifestação de agorafobia?
(R) Sim, é.
(P) Não gosto de estar em ajuntamentos nem em espaços que não me são familiares, mas ultimamente preocupa-me ter certos pensamentos, dos quais não me consigo abstrair, ainda que me esforce para esquecê-los. Tenho outra doença, em vez de agorafobia?
(R) Não necessariamente. O que se passa é que há frequentemente sobreposição de vários tipos de sintomas na mesma pessoa ou então surgem diferentes sintomas, em distintas fases de vida do doente. O diagnóstico é feito em função das manifestações mais frequentes e/ou incapacitantes para o indivíduo.
(P) A minha casa é o único sítio onde me sinto bem; não gosto de me afastar muito, nem de estar muito tempo longe dela. Isto significa que tenho fobia social?
(R) Não. O principal receio da pessoa que tem fobia social é aquilo que os outros possam pensar dela ou do que ela faz.
(P) Como se trata a agorafobia?
(R) O tratamento tem como objetivos o controlo da ansiedade associada às situações específicas que geram desconforto ao doente e a realização de movimentos, cada vez mais ambiciosos, de afastamento do seu reduto de conforto.
(P) Em que consiste exatamente o tratamento?
O tratamento mais eficiente da agorafobia combina fármacos e psicoterapia.
(P) Que tipo de medicamento se usa para tratar a agorafobia?
(R) Os fármacos mais indicados para o tratamento das perturbações de ansiedade são os antidepressivos (e não os ansiolíticos), apesar da agorafobia não ser uma perturbação depressiva, mas sim ansiosa.
(P) Que tipo de psicoterapia está recomendada para tratar a agorafobia?
(R) A psicoterapia ideal deve combinar várias estratégias, nomeadamente o esclarecimento do doente acerca da natureza dos seus sintomas, a aprendizagem de técnicas que ajudem o próprio a relativizar os seus receios e também a controlar a sua ansiedade, e a exposição gradual e controlada a circunstâncias geradoras de desconforto.
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